Ontem não escrevi porque foi um dia "complicado".
O restaurante esteve o dia todo cheio de clientes e, por isso, parei apenas para almoçar à pressa (e já eram 15h). Para complicar ainda mais as coisas logo de manhã entornei o fervedor do leite (que estava cheio na altura) pelo chão e por quase todas as canecas, copos e pratos do restaurante. Ups! Asneira.
Fiquei mesmo (mesmo!) chateada.
Mas não adiantava chorar pelo leite derramado.
Restou-me limpar tudo ao mesmo tempo que atendia os clientes. Uma canseira, portanto.
Assim sendo, cheguei a casa prontíssima para dormir.
Mas precisava primeiro de comprar o bilhete de avião de regresso a Portugal.
Cada dia que passa os bilhetes estão mais caros.
Entre algumas dúvidas (Porto, Lisboa ou Faro e quantos "quilos" de bagagem comprar) e opções acabei por escolher um voo para Lisboa com escala na Alemanha (Colónia) para o dia 16 de dezembro.
O preço parecia razoável.
Até aqui tudo bem, o pior foi DEPOIS de pagar quando reparei tinha comprado apenas o bilhete de Colónia para Lisboa.
Faltava o trajecto Londres-Colónia.
E pronto, apesar de não adiantar chorar pelo leite derramado...
A linha de apoio já não estava disponível aquela hora, por isso restava-me esperar pelo dia de hoje. O problema é que ia estar a trabalhar.
Valeu-me o boyfriend e uns amigos.
Resolvido.
A companhia abriu excepção e disse que anulava a viagem e devolvia o dinheiro (num prazo de duas semanas) se houvesse a compra do bilhete de Londres-Lisboa.
Que sorte.
Tendo em consideração que precisava de estar a par dos "acontecimentos" ao longo do dia, logo de manhã no restaurante tive que pedir para ter o telemóvel ao pé de mim.
Ter o telemóvel ao pé de mim não foi problema, mas a "ideia" do meu regresso para Portugal sim.
Ficaram todos em alvoroço e a dizer que tinham que procurar outra empregada. Eles estavam a pensar que queria regressar já nos próximos dias, mas quando disse que era só para dia 16 de dezembro as coisas ficaram resolvidas.
(Cheguei a pensar que ia perder o emprego...)
(Cheguei a pensar que ia perder o emprego...)
De qualquer forma, depois de perceberem que era só dia 16 de dezembro fizeram-me imensas perguntas. Inclusivamente quando voltava das "férias".
Respondi que ainda não sabia se voltava.
Ficaram confusos e perguntaram porquê.
Disse que era complicado para mim estar aqui sozinha sem a família e os amigos.
Perceberam metade.
Então porque é que vieste, perguntaram.
Respondi que a ideia inicial era só até ao Natal (pela experiência e para melhorar o inglês) e depois se estivesse "bem" e a gostar ponderava ficar mais tempo.
Acho que perceberam, mas não ficaram convencidos.
Disseram-me que se voltasse, depois do ano novo, me ofereciam quarto e pagavam 35 libras por dia. Pensa e passada uma semana de estares em Portugal ligas-me a dar a tua resposta, disse-me.
Está bem, respondi. De qualquer forma perguntei se era para continuar a trabalhar até dezembro.
Disse-me que sim.
Dizem que quando a esmola é muita o pobre desconfia.
Não sei se devo desconfiar ou não. Parecem-me ser boas pessoas, mas duas semanas ainda é pouco para saber ao certo.
Até agora ainda não me faltaram com nada, perguntam-me frequentemente se estou bem e têm-me pago sempre. Não tenho razões para desconfiar.
Tenho que pensar. Ainda tenho tempo para decidir.
(Apesar de o domingo ser o meu dia de folga amanhã tenho que ir trabalhar. A rapariga que costuma ir ao domingo não pode ir. Uma chatice. Estava mesmo a precisar desta folga para descansar, passear e ver os amigos que estão por cá. Paciência.)
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